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AINDA EM TRATAMENTO

ALOPECIA AREATA

Faz tempo que quero falar sobre isso, mas estava faltando tempo para sentar e escrever com calma. Creio que é importante esse depoimento para entendermos que os problemas psicológicos não prejudicam apenas a nossa saúde mental, mas física também. Muita gente tem dificuldade de entender isso e talvez esse seja um exemplo bem prático.

Em novembro do ano passado eu estava na faculdade quando passei a mão no cabelo e sentir uma falha no couro cabeludo bem próxima a nuca. Pedir para um colega ver ele disse que tinha mesmo, era do tamanho de uma moeda de 50 centavos.
Fiquei pensando o que poderia ser, mas confesso que não me preocupei muito.
Dois meses depois a falha já estava bem maior. Marquei uma consulta com uma dermatologista o diagnóstico foi: ALOPECIA AREATA. Uma doença autoimune, as células de defesa do meu organismo identificam que o folículo capilar não faz parte do meu corpo e o atacam derrubando o cabelo.
A alopecia NÃO TEM CURA, tem tratamento e tá diretamente relacionada a traumas e doenças. Alta carga de estresse no dia a dia também podem favorecer a ocorrência desse tipo de alopecia. É uma das doenças de pele mais relacionadas com aspectos psicológicos do paciente.
As doenças mais relacionadas à alopecia são: lúpus, vitiligo e tireoide, entre outras.
Minha dermatologista pediu vários exames, perdi a conta de quantas baterias de exames eu fiz. Tudo para tentar descobrir se algumas dessas doenças estava causando a queda de cabelo. A cada bateria de exame, o medo aumentava de ser alguma doença grave. Todos foram apresentando resultados negativos. Comecei o tratamento, injeções, pomadas e mais exames. Só que a falha continuou aumentando.
Sem nenhuma alteração nos exames a conclusão era de que no meu caso a "chave" para a queda de cabelo estava sendo o estresse e outros aspectos psicológicos. Eu precisava manter a calma controlar minha rotina, evitar a ansiedade, as preocupações diminuir o ritimo. Algo quase impossível em meio a provas e trabalhos da faculdade, as demandas do serviço, a preocupação com a família que estar longe, e com a própria doença que podia me deixar careca e tantas outras coisas que formam uma carga bem pesada.
O tratamento não estava fazendo efeito. A dermatologista sugeriu infiltrações com medicamentos no lugar das falhas, sim a essa altura já era mais que uma. Fizemos as infiltrações. Em poucos dias fios bem finos começaram a nascer. Fiquei muito feliz. Não demorou muito e o cabelo já havia crescido bastante, quase cobria a falha maior.
Mas bastou dias com cargas maiores de estresse, ansiedade e correria pro cabelo que estava nascendo começar a cair.
Caiu bastante e novas falhas surgiram. No total foram seis falhas, já estava difícil esconder, principalmente por conta do meu trabalho. Então foi preciso mais exames e mudança de tratamento. Como a situação estava ficando pior a dermatologista receitou um medicamento usado para o tratamento de câncer e com resultados positivos em pacientes com alopecia. Um remédio forte que só tomo aos sábados e domingos, de segunda a sexta-feira faço uso de outro medicamento que age inibindo os efeitos colaterais do remédio principal. Agora finalmente o cabelo voltou a crescer e não caiu mais, pelo menos por enquanto, porque a doença pode se manifestar daqui a alguns anos é assim que ela funciona.
Espero que a minha história sirva de alerta para quem não consegue tirar o pé do acelerador, quem enfrenta questões psicológicas sozinho sem buscar ajuda, quem acumula traumas, e tantas outras coisas que só quem enfrenta sabe.
Poucas pessoas sabiam dessa minha "luta" apenas alguns amigos e minha família. Mas notei o quanto essa doença ainda é desconhecida e como ela abala quem a enfrenta, então falar sobre é muito válido.
Agradeço a Deus que tem me dado um controle muito grande, calma, paciência e esperança pra passar por tudo isso. Ele é maravilhoso, meu companheiro que me ouve, me consola e me ama.
Então, gente é isso... vamos nos cuidar mais, fisicamente e mentalmente.
Abraços.

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