O Kernicterus ou encefalopatia bilirrubínica, é uma paralisia cerebral e sabemos que o prognóstico de uma criança com paralisia cerebral é certamente uma caixinha de surpresas, como nos esclarece a doutora Alessandra Russo “o quadro clínico, não é diretamente proporcional a lesão encefálica. Temos crianças com lesões muito
intensas e que tem pouca sequela e temos crianças com lesões muito pequenas e com a sequela motora e cognitiva muito grande. Por tanto, a evolução é uma caixa de surpresa tem que ir acompanhando, examinando para ver as comorbidades, tem crianças que têm deficiência intelectual, autismo, epilepsia associadas e isso não conseguimos saber no primeiro momento, temos que ir acompanhando”.
“O tratamento da paralisia cerebral, independente da época do diagnóstico é sempre a reabilitação. Vai depender muito da demanda naquele momento, mas o carro-chefe inicial, se tratando de paralisia cerebral que é um transtorno motor, é fisioterapia motora de forma intensiva e de forma contínua, por boa parte da vida” garante a
médica, Alessandra Russo.
Ela ainda assegura que “além da fisioterapia, outras terapias são essenciais, se a criança tem uma questão alimentar ou de fala temos que introduzir a fono. Em algum momento a criança vai passar por fisio, fono, terapia ocupacional e por psicoterapia (que é para dar suporte para essa criança e para essa família). Esse é o pacote ideal de um conjunto de terapias bem-feitas na paralisia cerebral”.
A neuropediatra Alessandra Russo comenta que “outras terapias, musicoterapia, arteterapia, também são muito bem-vindas".
"Recomendo a ecoterapia, pois ela ajuda na marcha, no equilíbrio, na coordenação motora física e na estimulação cognitiva. A ecoterapia é bem interessante como uma terapia física. Dá para fazer muita coisa com o animal como o mediador, tanto com cavalo que é a ecoterapia, tanto com o cachorro que é a pet-terapia que é feito com animais de pequeno porte. No geral, usa-se um cachorro, mas o gato, coelho, o golfinho (para quem é de lugares que tem água) também podem, existem muitas modalidades de pet-terapia” afirma a médica.
Dependendo da época da indicação, na juventude, por exemplo é recomendável pilates e até musculação, mas sempre com um personal trainer acompanhando diretamente o jovem.