História sobre Síndrome dos ovários policísticos .

CONVIVE

27/06/2016

Por: Nati


Meu nome é Natalia, tenho 25 anos e fui diagnosticada no dia 16 de janeiro de 2013.

Sempre fui uma criança beeem acima do peso. Sempre ouvi piadinhas bem maldosas sobre minha gordura, e por mais que minha mãe me levasse em vários nutricionistas, a dieta dava certo um mês e depois eu engordava tudo de novo. Tive minha primeira menstruação aos 12 anos. A segunda veio 6 meses depois. A terceira 11 meses depois, e assim se seguiu, e ninguém nunca deu importância, porque ainda acham que as primeiras menstruações sempre são desreguladas. Isso é mentira. Mas enfim. Minha adolescência foi simplesmente mágica (só que não)! Acnes deformavam minhas bochechas e meu queixo. Aquelas acnes que parecem umas bolsas de sangue pretas e inchadas, sabem? Aos 16 anos uma queda de cabelo horrorosa começou, e foi aí que me desesperei e resolvi ver o que estava acontecendo. Meu cabelo era tão pouco que mal escondia minhas orelhas. Fiz minha primeira ecografia aos 17 anos, e sofri quando o médico comparou meus ovários com "mini saquinhos de ervilha". Não entendi absolutamente nada, e ele também não se deu ao trabalho de me explicar, óbvio. Comecei a tomar anticoncepcional por conta própria. Fiz vários tratamentos pra pele, tomei vários remédios pro cabelo. Vivia com o rosto cheio de pomada e o armário lotado de ampolas de vitaminas. Passei de tudo no meu rosto. Aveia, própolis, pasta d'água, Hipoglós, chá de camomila, babosa... E pro cabelo não foi diferente. Pilogênio, Haar Intern, ampolas de vitamina A, shampoo antiqueda, minoxidil... Tudo que me indicavam eu passava. E passei a me depilar a cada 15 dias, o que deu fim ao meu hirsutismo. UHUL!

Até que no começo de 2012 minha irmã, que é enfermeira no Hospital de Clínicas da nossa cidade, me disse que o centro de pesquisas do hospital estava selecionado mulheres para uma pesquisa sobre Síndrome dos Ovários Policísticos, e ela lembrou de mim porque os sintomas incluíam queda de cabelo, acnes e menstruação desregulada. Me inscrevi e comecei os exames. Me reviraram do avesso. Fiquei quase um ano fazendo todo tipo de exame. Até densiometria óssea e calorimetria (o pior de todos foi ficar seminua na frente do médico pra ele ver se eu tinha hirsutismo. Eu queria morrer nessa hora. Mas ele disse que eu não tinha! UHUL DE NOVO!). Em janeiro de 2013 saíram os resultados dos meus exames, e a médica me chamou na sala dela e me explicou que meu diagnóstico conferia com o da SOP. Ela disse que ia pedir um encaminhamento pro setor de endocrinologia do hospital pra eu continuar o tratamento. Mas ela também não se deu o trabalho de explicar o que é a SOP nem o que ela faz. Cheguei em casa e entrei no Facebook para procurar alguma página ou grupo sobre o assunto, porque minha cabeça fervia de tantas perguntas. Encontrei 3 grupos e pedi para entrar. Assim que fui aceita já saí disparando várias perguntas. E só depois que me dei conta que eram grupos de tentantes e que as informações que elas trocavam lá eram somente sobre gravidez. Não sou tentante. Mais uma vez me senti frustrada. Fui pro Google e comecei a pesquisar e tudo o que eu encontrava de mais relevante eu copiava e colava em um documento do Word.
Fui em uma ginecologista e ela me disse para tomar o Diclin, o genérico do Diane35, e que ela me conseguia de graça. Uhul de novo! Em apenas um ano minha pele melhorou 100%. Não tenho acnes desde abril de 2013. Restaram apenas algumas cicatrizes na pele, mas isso não me incomoda nem um pouco. Na verdade me faz lembrar de tudo o que eu passei e ver como eu evoluí. Toda vez que saio na rua fico completamente descabelada, porque os fios novos de cabelo ainda são curtinhos. Mas eu sinto um amor profundo pelo meu cabelo bagunçado. Pelo menos eu tenho cabelo agora!! _<3_
Nesse meio tempo continuei juntando informações no meu documento do Word. Quando eu vi que tinha um documento com mais de 150 páginas, eu pensei: "e se eu não for a única que tem essas dúvidas?" Resolvi criar a https://www.facebook.com/ConvivendoComSop/ em agosto de 2013. Divulguei nos grupos. A aceitação foi difícil. Ninguém quer expor que tem esse problema que causa tanto incômodo, tantos problemas estéticos. Mas se eu não falar, quem vai falar por mim? Aos poucos a página foi crescendo e eu pude ver que o maior problema é e sempre vai ser a falta de interesse dos médicos em informar as pacientes sobre a SOP. Eu encaro isso como um trabalho. Não estou aqui por passatempo.
Muitas me agradecem pelas informações que eu passo. Fico imensamente honrada em saber que estou ajudando muitas mulheres a procurarem o tratamento correto. E na verdade eu é que tenho que agradecer a todas vocês por reconhecerem meu esforço, por terem me ajudado quando a página foi plagiada (traumatizei haha), por mostrarem que eu estou fazendo a coisa certa.
Vocês são o motivo de eu ter criado a pagina, e espero poder continuar ajudando vocês por muito tempo!
Beijos e obrigada do fundo do meu coração! _<3_
Nati.

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