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Cistite Intersticial, um mistério

Em 2005 fui morar em Londres, por razões de serviço. Mudança sempre é uma coisa traumática para mim. O clima não ajudava, o trabalho não era prazeroso e os colegas, com raras exceções, tampouco me agradavam. Eu, separada de meu marido, havia recebido, em dezembro de 2004, a notícia de sua morte na Bahia, onde ele estava morando desde que nos havíamos separado. Morreu sozinho em seu apartamento e foi encontrado dias depois. Com esse acontecimento e a mudança três meses depois para Londres, meu estado de espírito não era dos melhores. Buscar onde morar, sem conhecer a cidade, sem ajuda de ninguém e ainda enfrentar um frio desconhecido, mesclado com chuva, tudo isso me fez sentir mal. Algum tempo depois, começaram os sintomas: dores terríveis na bexiga, ardência na uretra e muitas idas ao banheiro, de dia e de noite. Consultei-me com um clínico geral, brasileiro, e ele me indicou um urologista. Este, após me ouvir e pedir exames (minha urina era vermelha de sangue), decidiu que eu deveria fazer uma cistoscopia, com biópsia. Fiz e o diagnóstico "presumível" foi Cistite Interticial. Porém, esse médico não sabia o que fazer com a doença e me receitou antibióticos, que não me serviram para nada. Passei os três anos em que morei em Londres sofrendo muito. Eu não sabia o que fazer e nada melhorava. A falta de conhecimento da doença não me ajudou, uma vez que continuei a comer de tudo e a beber vinho, refrigerante, sucos cítricos etc, sem perceber que isso só piorava os sintomas. Em 2008 resolvi voltar para o Brasil e, em Brasilia, onde moro, encontrei um urologista que, de pronto, ao me ouvir e ver os exames que fiz em Londres disse se tratar a doença de CI. Mostrou-me um protocolo de tratamento, criado pelo Dr. Paulo Palma, da UNICAMP e recomendou-me vivamente que o seguisse. Após muitos exames e duas cistoscopias, fiz o tratamento, com a ajuda e a paciência desse médico, Dr. Francisco Diogo Mendes. Muitas tentativas de remédios e instilações foram feitas, mas creio que o que me melhorou mesmo foi a instilação de Cystistat e o conhecimento adquirido sobre CI, que me levou a observar o que me fazia sentir pior: comidas e bebidas inadequadas e estado de tensão nervosa. Hoje em dia posso dizer que a doença está sob controle. Quando abuso de alguma comida ou bebida, ou quando me sinto nervosa, começo a sentir as dores, as ardências, os incômodos, mas nada que um analgésico e um remédio específico não melhorem o quadro.

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