Desde, muito cedo tinha dores de cabeça estranhas, diferentes e muito intensas. Quase sempre localizadas por cima do olho direito e apreciam sempre no final do verão (Setembro). Diziam, apanhou muito sol, tem sinusite. Tomava o que me davam, mas sem grande efeito. Desde muite cedo habituei-me à dor. Com o passar do tempo já nem verbalizava à minha volta o que me sucessidia, pois não encontrava eco, e vivia a minha dor de forma só, e estoica.
Aos 20 anos, julgo, as coisas começaram a piorar. E foi numa viagem em 1990 a Madagascar em Antanarivo a capital que se encontra num planalto a quase 1.300m de altitude que tive uma grande crise, que me rolava pelo chão do hotel. Um clima húmido e pesado, julgo que não ajudava e em desespero lembro-me de tomar 6, 7 aspirinas ao mesmo tempo sem efeito. Fui a um médico da embaixada de França que me diagnosticou de enxaqueca e que me receitou o dito Avamigram (Ergotamine + Caffeine), que tomei durante anos durante as crises e que me dava enjoos e um mau estar generalisado.
Quando regressei em 1997 a Portugal após uma longa estadia no estrangeiro, reapareceram as crises. Desta vez ainda mais intensas. Comecei a consultar a Neurologista Profª. Isabel Pavão Martins, que diagnosticou de Cefaleia Cluster, e com quem continuo a tratar-me até hoje e recomendo.
Tive um período de remissão de 4 anos, e voltei a ter uma crise bastante severa no ínicío de 2018, e que permanece para além das 6 semanas (raro).