A doença
A doença de Addison é uma condição endócrina rara em que as glândulas supra-renais deixam de funcionar, de modo que seu corpo não produz mais hormônios essenciais. A doença de Addison tem esse nome devido ao médico inglês Thomas Addison, que a identificou pela primeira vez em 1855. Ela pode ser encontrada na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) através do código E27.1.
O ataque à glândula é gradual, o que faz com que a doença passe despercebida durante anos e até décadas. Estima-se que os sinais só são visíveis quando 90% da glândula foi afetada. Esta doença é fatal se não tratada, já que é acompanhada de hipotensão e/ou hipovolémia.
Até 1940-1950, década em que se começou a sintetizar e a introduzir na terapêutica a cortisona, a doença de Addison era fatal. A partir dessa altura, ela começou a ser considerada uma doença crônica e controlada através de fármacos.
As glândulas adrenais estão hipoativas, o que resulta em uma deficiência de hormônios adrenais. As glândulas suprarrenais ou adrenal, como também são chamadas, componentes do sistema endócrino, são pequenas glândulas triangulares que se situam em cima dos rins. Seu trabalho é produzir os hormônios que mantêm o corpo funcionando corretamente. Cada uma delas possui cerca de 5 cm de diâmetro, sendo dividida em duas partes principais: uma camada externa, conhecida como córtex, e uma parte central, chamada de medula.. As duas camadas produzem diversos hormônios que controlam muitos sistemas do corpo. A produção de hormônios do córtex suprarrenal é regulada por interações entre o hipotálamo, a hipófise e as glândulas suprarrenais. Se qualquer parte desse sistema não estiver funcionando, podem ocorrer distúrbios no corpo. A insuficiência suprarrenal primária, também chamada doença de Addison, afeta os níveis de cortisol e de aldosterona. É causada por hipofunção ou destruição das glândulas suprarrenais.
Os hormônios que seu corpo não produz mais são:
Cortisol, aldosterona e DHEA (para “insuficiência adrenal primária” ou doença de Addison)
Cortisol e DHEA (no caso de “insuficiência adrenal secundária”)
O cortisol regula o apetite, o açúcar no sangue e o metabolismo dos alimentos; a aldosterona regula sódio, equilíbrio hídrico e pressão sanguínea; O DHEA influencia o crescimento dos pelos corporais e a libido (desejo sexual).
O cortisol é um hormônio glicocorticoide produzido no córtex suprarrenal. Entre muitas ações, o cortisol afeta o metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, altera os níveis de glicose no sangue, tem ação anti-inflamatória e participa da reação do corpo a estresse. A aldosterona, um mineralocorticoide, também é produzida no córtex suprarrenal e controla o equilíbrio de sódio e de potássio no corpo. A deficiência desses dois hormônios causa fraqueza, desidratação, incapacidade de manutenção da pressão arterial e resposta inadequada ao estresse.
A maioria dos casos de insuficiência suprarrenal primária são devidos a um processo autoimune. Outras causas são tuberculose, comum em algumas áreas do mundo,infecções por bactérias, vírus ou fungos, hemorragia suprarrenal e invasão das glândulas suprarrenais por câncer.
Os médicos medem os níveis de sódio e potássio e de cortisol e corticotrofina no sangue para realizar o diagnóstico. A doença de Addison pode começar em qualquer idade, mas comuns em adultos e muito raro em crianças.
Quando as glândulas adrenais ficam hipoativas, elas tendem a produzir quantidades insuficientes de todos os hormônios adrenais. Desse modo, a doença de Addison afeta o equilíbrio de água, sódio e potássio no organismo, assim como a capacidade do organismo de controlar a pressão arterial e reagir ao estresse uma deficiência de aldosterona faz com que o corpo excrete grandes quantidades de sódio e retenha potássio, o que resulta em níveis baixos de sódio e níveis altos de potássio no sangue. A desidratação grave e uma baixa concentração de sódio reduzem o volume de sangue e podem dar origem ao choque.
A deficiência de corticosteroide causa uma sensibilidade extrema à insulina, de modo que o nível de glicose no sangue pode ter uma queda tão acentuada que chega a ser perigosa (hipoglicemia). Essa deficiência impede que o organismo produza carboidratos, que são necessários para a função celular, a partir de proteínas, além de impedir que ele combata infecções adequadamente e controle inflamações. Os músculos enfraquecem e até mesmo o coração pode enfraquecer e se tornar incapaz de bombear o sangue adequadamente. Além disso, a pressão arterial pode ficar perigosamente baixa.
As pessoas com doença de Addison não conseguem produzir corticosteroides adicionais quando estão estressadas, portanto, estão suscetíveis a graves sintomas e complicações quando enfrentam doenças, cansaço extremo, lesões graves, cirurgias ou, possivelmente, estresse psicológico grave.
Na doença de Addison, a hipófise produz mais corticotrofina na tentativa de estimular as glândulas adrenais. A corticotrofina também estimula a produção de melanina, de modo que a pele e a boca, muitas vezes, apresentam manchas escuras.