s miosites não específicas têm tido na patologia a designação de polimiosite e dermatomiosite. Foi Wagner, em 1863, o primeiro que descreveu uma afecção inflamatória difusa dos músculos acompanhada de lesões da pele. Hepp, em 1887, confirmou esta descrição e, assim, surgiu a dermatomiosite. Em 1890, Unverricht relatou casos em que o processo inflamatório se limitava aos músculos, não atingindo a pele, e designou-os de polimiosite. Estas formas de polimiosites difusas, não específicas, passaram quase despercebidas na literatura médica. Os dermatologistas tomaram à sua conta a dermatomiosite e diagnosticavam-na com relativa freqüência, mas sempre que não existiam lesões cutâneas a doença passava no geral despercebida.
Em 1945, com F. Alvim, descrevemos uma afecção muscular inflamatória com atrofia das cinturas proximais, sobretudo da cintura escapular, interessando também outro músculos de maneira aberrante, como, por exemplo, os músculos oculares, e que, ao exame histopatológico, apresentava lesões de polimiosite. Entretanto, também esta forma de polimiosite a que chamamos pseudomiopática passou mais ou menos despercebida e, na realidade, só a partir de 1945, uma série de trabalhos de Eaton, Walton, Denny-Brown, Shy, MacEachern e R. Garcin trouxeram ao conhecimento geral a importância da polimiosite.
Antes de entrar no estudo dos limites nosológicos e clínicos das polimiosites interessa saber como se manifesta, ao nível do músculo, a inflamação.